Hallo, liebe Leute!
Munique tá brincando de montanha russa esses dias. A temperatura variou de 0 a 24 graus - e é claro que eu acabei dando uma adoecida. Na verdade, já tava até me achando meio poderosa porque quase todo mundo que eu conheço tava pegando alguma coisa e nadinha pra mim. Pronto. Foi só pensar. Ontem parecia que eu tinha levado uma surra. Tinha que pensar mil vezes antes de mudar de posição na cama. Hoje já to beeeem melhor :3
Mas vamos falar de coisa boa, vamos falar de TopTherm, ainda colocando as últimas historinhas em dia. Como falei no post passado, quando fui à Romênia precisei fazer conexão duas vezes em Varsóvia, na Polônia. Não me importo de forma alguma com conexões. Ter que trocar de avião tem um lado positivíssimo: um voo se transforma em dois, ou mais! E eu amo voar! Decolar especialmente... uma das melhores sensações que eu conheço! Mas tem uma matemática importante pra determinar se uma conexão é boa mesmo:
- Dura menos de 1 hora? Pode ser furada. O vôo pode atrasar e você perde o próximo.
- Dura quatro ou mais horas e é durante o dia? Maravilha! Dá pra aproveitar e conhecer a cidade!
- Dura quatro ou mais horas e é à noite? Se prepara pra esquentar cadeira de aeroporto.
- Dura um dia inteiro e a companhia aérea paga o hotel praquela noite? Sonho!
A pior conexão, na minha opinião, é a que dura entre 1 e 3 horas e é durante o dia. Porque, teoricamente, dá pra você dar uma escapulida na cidade. Porém, na maioria das vezes, os aeroportos são longe do centro, e você não quer arriscar perder sua conexão. Então fica aquele vácuo de tempo em que você fica no aeroporto se mordendo por não poder escapar.

Minha primeira conexão foi de quase três horas. E como era dentro da área Schengen (o espaço de livre circulação no território europeu), eu tava disposta a arriscar. Ainda em Munique, pesquisei como chegaria até o centro. Iria caminhar alguns blocos, tomar um sorvete, tirar um par de fotos e estaria satisfeita. Tudo combinado. Só faltou avisar a Varsóvia. Conforme o aivão foi pousando, vi que um céu mega cinzento cobria a cidade. Tava chovendo e fazendo um frio de lascar. Ótimo. Depois de tantos planos, ia ficar enclausurada (ilustração ao lado).
Me conformei com meu destino e saí vagando pelo aeroporto procurando por alguma coisa legal e admirando os brotos. E a frustração de não poder ver a cidade foi amenizada quando descobri que ali tinha não só wi-fi gratuito e ilimitado mas também uma sala de repouso com poltroninhas e tudo. Whoaaa! Geralmente, essas regalias a gente só encontra em sala VIP - "a gente"! kkkkk... como se eu já tivesse entrado em uma - mas no aeroporto de Varsóvia todo mundo tem direito a colocar as pernas pra cima. Cochilei e inclusive babei um pouquinho e saí de lá perto da hora de embarcar de novo.
E aqui eu preciso fazer uma pausa pra comentar sobre a LOT, a companhia aérea polonesa. Nunca tinha voado com eles, mas tive um experiência ótima. Sim, os aviões são minúsculos. Não, eles não servem comidinha - só água e uma barrinha de chocolate. Massss os quatro voos que peguei com eles foram não só pontuais na saída, como estavam adiantados na chegada. Isso ajuda a vida de qualquer viajante, mas não é a melhor parte. Gente, eles tocam ABBA antes de decolar e depois que pousam! Melhor ainda: é a trilha sonora de Mamma Miaaa! Sério, amei voar me sentindo a dancing queen, young and sweet, only seventeeeeeen! Pára tudo, vamos assistir/escutar esse clássico juntos:
You can daaaance, you can jiiiiive
Having the time of your life
Uh - uh - uh see that giiiiirl
Watch that scene
Diggin' the dancing queeeeeeen
Aff! Muito bom! E assim foi na volta também. Quando o avião chegou de Bucareste em Varsóvia e ABBA começou a tocar, decidi que na minha uma hora de conexão eu iria sair nem que fosse pra dar uma volta no quarteirão. E assim foi, praticamente. Quando finalmente saí do aeroporto, vi que tinha pouco mais de 20 minutos lá fora. Aproveitei o tempo intensamente, visitando o quintal de uma estação de polícia, olhando passarinhos, me alegrando com uma placa que consegui ler, dando voltas no quarteirão. Eis aí tudo que vi da Polônia, em uma foto só:
Quando voltei pro aeroporto, tinha que passar de novo pelo scanner da bagagem de mão. Em quatro procedimentos de embarque nessa viagem, essa foi a quarta vez que o alarme apitou pra mim. Eu realmente não estava com nada de metal ou proibido, mas devia ser alguma coisa na roupa. E essa última checagem não produziu uma história muito agradável :(
Ao passar pelo detector de metal, quando o alarme disparou, um segurança polonês se colocou à minha frente bem indelicadamente, a um palmo do meu rosto, dizendo que eu tinha que esperar. Ok. Fui dar um passo pro lado pra aumentar a distância entre a gente, e ele foi junto. Hm... desconfortável. Ele perguntou se eu queria ser revistada por uma mulher, e eu disse que sim - óbvio! Daí ele começou a argumentar sobre o quanto poderia demorar e que seria bem melhor se eu deixasse que ele fizesse isso. Disse que não mais uma vez e até dei uma virada no anel que sempre uso na mão esquerda - vai que ele achava que eu era casada e desistia?
A tal "demora" até que a segurança viesse não passou de alguns segundos. Enquanto eu era revistada por ela, ele permaneceu logo atrás, e ria e comentava coisas com um outro segurança. Claro que não entendi o que eles estavam falando, mas pelo tom não me pareceu legal. Quando olhei à minha frente, vi por um vidro espelhado que minha sensação estava correta. Eles estavam gesticulando e olhando pra mim de uma forma bem constrangedora.
Assédio é a única coisa que embrulha meu estômago quando penso em viajar sozinha, ainda mais quando é de alguém em posição de autoridade. Eu me sinto impotente e tudo o que quero nessas horas é ter alguém ao seu lado. De preferência, papai. A pior situação até agora foi quando peguei um trem maluco da Romênia pra Bulgária, no meu mochilão. É meio injusto que homens mochileiros possam sair por aí sozinhos sem darem um segundo de atenção a pensamentos como esse, enquanto mulheres que viajam sem companhia têm que estar constantemente vigiando seu entorno e torcendo pra não cruzarem o caminho de gente mal-intencionada.
OH, WELL. Passou!
Embarquei e pousei embalada por ABBA, mega cansada mas ainda tendo que enfrentar uma hora e um pouquinho pra chegar até o apartamento em Munique. Devorei pão e Nutella quando cheguei, e dormi morta com farofa até bem tarde no dia seguinte.
Já não vejo a hora de voar de novo...
E Polônia, segura aí que um dia eu chego de verdade!
Por hoje é só!
Beijo, gente. Tenham um seeehr schön fim de semana!