14 de abril de 2015

extravagância suíça

Hallo, todo mundo!

Março passou em branco aqui no blog, e eu juro que não percebi quanto tempo fazia que eu não postava alguma coisa. História não faltou, na verdade, mas parece que os dias estão ficando cada vez mais curtos pra fazer todas as coisas que eu quero e preciso fazer. E nessa de não conseguir dar conta de tudo, eu geralmente tenho escolhido ser uma boa mocinha bem à força mesmo e estudar ou ler sempre que aparece um tempo. A história de hoje já tá completando aniversário de um mês - heheeeee! Mas ainda ta valendo, né? Então vamos lá!

Ainda não consegui parar pra colocar em ordem os meus pensamentos sobre o que é trabalhar como Au Pair, mas tem duas coisas que eu posso garantir de cara. A primeira é que, na pirâmide sócio-econômica, eu tenho certeza que essa categoria de trabalhadores vem logo depois das pessoas que estão abaixo da linha da pobreza. Sério, gente! Talvez se eu não estivesse fazendo um curso intensivo - que, por ser todos os dias, é bem mais caro - eu ainda estaria melhor das contas. Mas não sendo esse o caso, posso garantir que o negócio é tenso e as informações sobre minha conta bancária para possíveis doações estão disponíveis sob requerimento.

A segunda verdade é que morar no mesmo lugar onde você trabalha pode ser sufocante às vezes. Essa sensação não depende necessariamente do seu bom relacionamento com as pessoas que moram com você ou do ambiente. Uma das grandes dificuldades de ser Au Pair é determinar quando você está simplesmente em casa e quando está trabalhando. Enfim. O fato é que, em quaisquer circunstâncias, escapar de vez em quando é uma questão de sanidade mental.

Tudo isso pra dizer que, desde que cheguei, apesar de viver contando moeda, eu resolvi que pro bem da minha felicidade eu não abriria mão de fugir da Alemanha todos os meses. Isso significa pensar mil vezes antes de comprar um chocolate na esquina, mas tem valido demais! E a opção que mais alegra o bolso e o coração é ir para a Suíça, minha segunda casa há muitos anos.

A última visita, há exatamente um mês, foi ainda mais especial porque era aniversário de Sarah. Ela fez uma programação mega especial. Aquela coisa bem propaganda da Insinuante, tipo "o aniversário é nosso, mas quem faz a festa é você". Cheguei numa manhã de sábado, e fomos tomar café da manhã juntas pra colocar as notícias em dia e planejar nosso domingo. No mesmo dia, no final da tarde, tive meu momento de tiete torcendo pra ela no seu jogo de futebol. E ela arrasa no FC Wil!

Acordamos cedinho no domingo, e a primeira parada foi uma que vocês já conhecem: a montanha Säntis. Não lembram? Foi aquela em que uma ventania quase nos jogou do pico do alpe ao chão - uma das poucas vezes em que eu achei mesmo que ia #partirferoz pro céu. Falo dela no post Montanha Abaixo. Pois bem. Ganhamos da mãe de Sarah dois vouchers pra irmos de novo a Säntis. Revivi mentalmente o desespero daquela ventania, e morremos de rir com a lembrança. E o tal voucher não era só pra visitar, mas também pra tomar café da manhã lá no topo. Deixe-me acrescentar que era um buffet num restaurante panorâmico. GENTE. Gente... Como explicar? Como se não bastasse o dia estar loucamente lindo e a vista ser maravilhosa, eu comi como se não houvesse amanhã. Novidade...

Eu adoraria dizer que fui uma lady e provei um pouquinho de tal coisa, etc. e tal. Mas a verdade é que minha alma downloadeou o Shrek e eu comi pra fazer honra a qualquer ogro. TRÊS PRATOS. Três pratos! Só de queijo foram oitos tipos diferentes. Essa sim seria uma vez conveniente pra ser levada por uma ventania. De tanto que comi, eu com certeza rolaria em segurança até o pé da montanha.


Conseguimos aproveitar a vista sem medo de morrer. E sério, se você me disser que o céu tem esse visual eu acredito na hora. A Suíça é simplesmente imbatível!


Da montanha, fomos para o último lugar que eu esperaria visitar no inverno: um parque aquático. E o melhor: com vouchers de novo! Com a minha renda de Au Pair eu não pisava lá jamaaaaais! O parque também se chamava Säntis, e ficamos lá umas boas horas jiboiando. Bom demais! A maior parte do parque é coberta, mas tem também piscinas do lado de fora. E pra nossa alegria o céu estava maravilhosamente azul, ainda que o dia não estivesse quente! Não podia tirar foto lá, mas aí vão algumas do site deles. Destaque pra jacuzzi quentinha a céu aberto (que não tá na imagem...) e a piscina de água salgada termal. Me senti bem diva nesse lugar, vou confessar.


Depois que os dedos estavam completamente enrugados de tanto tempo de molho, ficamos uma eternidade no chuveiro quentinho. Na hora de me trocar, tomei um susto ao olhar pro espelho à minha frente. Não foi muito, mas eu estava... bronzeada! Bronzeada do sol de inverno num parque aquático na Suíça. Meio hilário pra uma brasileira vindo de Natal. Não se enganem, entretanto. Continuo embranquecendo a cada dia que passa. Qualquer hora dessa me convidam pra trabalhar como vela humana. A melanina já me abandonou há tempos!


O domingo terminou mega especial, indo ao culto na igreja de Sarah com direito a Mc Donald's no final, e na segunda de manhã já era hora de voltar. Ir à Suíça sem ver meu irmão e sua família (que moram no lado francês do país) também não é a mesma coisa, mas a gente só vai até onde as contas alcançam, né? - literalmente. Deixar a Suíça sempre me faz sentir uma dorzinha no meu coração, mas quem sabe se não vai chegar o dia em que eu não vou ter que me despedir? ;)

Bom, esse foi o primeiro de alguns relatos atrasados. Nos próximos dias volto aqui pra falar das últimas aventuras na Romênia, na Polônia e na Áustria. E aqui em Munique também, claro!

Bis bald!